quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

A degradação ambiental na bacia do Cubatão do Sul

Neste post, daremos um pouco mais de destaque aos agentes de degradação ambiental presentes na bacia hidrográfica do Cubatão do Sul. Vale lembrar que o objetivo do blog é a conscientização da população sobre a importância da conservação dos recursos naturais e da biodiversidade na bacia.

Em Santa Catarina, apesar da existência de uma rígida legislação ambiental, que prevê a proteção das florestas e a conseqüente preservação dos mananciais, a realidade é bastante diferente do ideal que poderia ser conseguido pela aplicação rigorosa da lei. Em todo o Estado, a supressão da mata ciliar é uma das maiores ameaças à qualidade dos recursos hídricos, uma vez que favorece o assoreamento dos rios, as enchentes e a contaminação por esgotos e efluentes industriais. Sem dúvida, a retirada das matas ciliares e a ocupação indevida das margens dos rios são os maiores causadores da poluição.

Grande parte da bacia hidrográfica do Rio Cubatão sofre com os impactos oriundos de desmatamentos, obras à beira-rio, fragmentação de propriedades, loteamentos, urbanização, poluição por esgotos e lixo, extrativismo mineral, pecuária e agricultura familiares, entre outros. A quase totalidade das agressões ambientais constatadas ao longo do curso d'água principal são originadas a partir da degradação da cobertura vegetal nativa, em especial das matas ciliares. O desmatamento, com conseqüente exposição do solo, é um dos principais problemas de uso dos recursos naturais na região dos mananciais:

"O solo descoberto sofre o efeito erosivo das fortes chuvas, freqüentes na região, o que inicia o processo de carreamento de partículas de solo e restos vegetais para os cursos d'água. O material depositado nas calhas e fundos dos cursos d'água provoca o assoreamento e a diminuição da capacidade de vazão dos rios, aumentando o risco de inundações. As partículas de solo em suspensão, principalmente a argila, elevam a turbidez da água e, junto com resíduos vegetais, como folhas e galhos, "entopem" os sistemas de pré-tratamento e tratamento das Estações de Tratamento de Água, gerando sérios problemas operacionais no sistema de abastecimento e aumentando significativamente o custo de tratamento da água" (SOS NASCENTES, 1999).

Outro problema gerado pelo desmatamento é a perda da camada superficial do solo, com conseqüente diminuição da fertilidade, o que afeta negativamente as atividades agrícolas, importantes para a região. Pode ocorrer ainda o carreamento de fertilizantes e outros defensivos agrícolas, contaminando o lençol freático e os cursos d'água.

O Rio Cubatão e seus contribuintes ainda apresentam água de boa qualidade durante grande parte do trajeto, resultado da cobertura florestal remanescente, notadamente nos trechos mais íngremes, onde o acesso é dificultado pela topografia. No entanto, problemas com a qualidade da água estão ocorrendo com maior freqüência, indicando a crescente degradação do afluente principal e seus tributários, relacionados principalmente com o desmatamento desordenado para os mais diversos fins, mineração, despejos de esgoto sanitário e descarte de resíduos sólidos, expansão da fronteira agrícola e urbanização.

Fonte: Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).

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